Contrariando as expectativas de um carnaval refletindo a recessão econômica que abala
o Rio de Janeiro, 2019 foi um ano de vitória para a Indústria do Carnaval e do Turismo.
Por Marcelo Guedes e Marco Beja
Não é leviano afirmar que o carioca é festeiro. É bem verdade que sua maneira de comemorar, sobretudo a vida, é extremamente peculiar, pois ele opta por fazê-lo em comunhão com sua cidade, ou seja, suas festas são realizadas em grandes espaços e, quase sempre, a céu aberto. Isto talvez resulte da paisagem privilegiada e do generoso clima de que ele dispõe. O carnaval é, com certeza, a expressão máxima do que se afirmou. A festa é para todos e em qualquer lugar, porque sua essência é a alegria, o despojamento que fazem com que produção de renda pareça brincadeira, coisa pouco séria. O carioca sabe resolver seus problemas sem a sisudez imposta por metrópoles ocupadas com a seriedade de sua própria arquitetura. O carioca está de frente para o mar. Quem não vive essa realidade, sonha com ela e é exatamente por isso que a cidade tem uma enorme vocação para o turismo. Brasileiros de outras partes e povos acostumados com céu menos azul e clima mais severo desejam festejar com cariocas, eis a razão de o carnaval ser a mais genuína manifestação cultural da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Curioso é pensar que haja crítica à festa que mais gera riqueza para o município. Dados oficiais mostram que, a despeito de problemas sérios por que a cidade passa, houve, em 2019, um aumento de 26% na receita advinda do carnaval em relação à do ano anterior. A taxa de ocupação de hotéis e pousadas, por exemplo, passou de 87% para 90%. Há outros dados relevantes: a cidade recebeu 1,6 milhões de turistas, bares e restaurantes representam o setor da economia que mais faturou, criaram-se inúmeros empregos temporários, além da produção de atividades informais…O melhor de tudo isso reflete-se no fato de que a permanência do turista na cidade passou de 7 para 9 dias. No fundo, o produto de exportação dessa cidade é a alegria.